segunda-feira, 10 de setembro de 2012

NEM COM UMA FLOR SE BATE NUMA MULHER

A época em que as mulheres eram classificadas de “sexo frágil” já não existe mais. Hoje, elas fogem desse estereótipo, fincando cada vez mais as suas bases na sociedade. Não é difícil encontrá-las em funções assumidas em outrora apenas por homens, nem é mais estranho encontrar lares gerenciados totalmente por elas. Entretanto, fora desse âmbito das conquistas econômicas, a violência doméstica ainda é uma realidade vivida por muitas. Elas são espancadas, torturadas, humilhadas e mortas e, na maioria dos casos, a impunidade impera. É lastimável evidenciar uma realidade dessas, mesmo com a sanção da Lei Maria da Penha no ano de 2006, a qual garante a proteção das vitimas de violência, bem como a punição dos acusados. Ainda assim, só no ano de 2010 os números de homicídios contra mulheres em todo o Brasil cresceram assustadoramente. Muitos desses casos não foram solucionados ou foram arquivados por falta de provas. Esse balanço da criminalidade contra a ala feminina não foi ratificado por mero capricho textual, mas sim por informações concedidas com frequência pelos meios midiáticos durante o ano passado.Assaltos, estupros, atentados e todos os outros tipos de violência física e verbal fizeram parte do quadro de abuso sofrido por elas nesse período. Muitas não têm coragem suficiente ainda de denunciar o agressor, por medo ou dependência financeira. Além disso, falta nas delegacias um aparato que garanta a total proteção dessas vitimas. Se for feito um levantamento da quantidade de espaços especializados nesse tipo de atendimento, verifica-se que a deficiência do serviço também é um fator latente, impedindo que muitas delas sintam-se seguras para fazer a denuncia. E com isso o martírio delas continua entre a dor e a impunidade, entre a violência e o medo, entre a morte e o descaso. Essa é a dura vida de muitas, de classes sociais variadas, que por razões diversas não procuram os meios legais para solucionarem os seus problemas. Por isso, pensar que a criação da Lei Maria da Penha foi o suficiente para acabar com as agressões, enganou-se. Essa Lei é um pequeno bloco de concreto da imensa obra da qual elas terão que construir.De qualquer forma, atos de violência dessa magnitude não podem ser tolerados, sobretudo num país onde elas são a maioria. A nossas esferas legais devem ser mais operantes nesse sentido para que seja garantida a proteção integral das mulheres que sofrem abusos, punindo severamente os acusados. Não se pode permitir que uma discussão verbal termine em espancamento e morte. Acabar com a violência em toda a sua amplitude é uma responsabilidade da qual todos devem assumir.

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